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FERRARI DAYTONA DE MAIS DE R$ 5 MILHÕES É ENCONTRADA APÓS 40 ANOS

Que tal encontrar uma Ferrari que ficou escondida por quase 40 anos? Achados assim são incomuns, ainda mais em se tratando de um carro raríssimo da fábrica italiana. É o caso dessa Ferrari 365 GTB/4 Daytona Berlinetta de alumínio, a única feita para as ruas. Após mudar de mãos muitas vezes, o cupê foi encontrado no Japão em um estado que precisará de uma restauração. A despeito disso, será leiloado pela RM Sothebys no dia 9 de setembro pelo valor mínimo de 1,4 milhão de euros, o equivalente a R$ 5,2 milhões, preço que pode chegar a 1,7 milhão de euros, ou R$ 6,3 milhões em valores convertidos.

Vale lembrar que esses são os valores de reserva e podem ser superados largamente no evento, chamado de Ferrari - Leggenda e Passione. O lugar escolhido para o leilão não poderia ser melhor: Maranello, lugar da sede da marca italiana.

Produzida entre 1969 e 1973, a Ferrari 365 GTB/4 recebeu o apelido Daytona após a Ferrari dominar as 24 Horas de Daytona em 1967, quando obteve os três primeiros lugares com os modelos de competição 330 e 412. Para tentar repetir o sucesso na sua respectiva categoria, cinco exemplares da Daytona ganharam carroceria de alumínio como uma maneira de cortar peso do cupê. O carro que será leiloado é a única que foi feita para as ruas. Ou seja, é a mais rara das 1.200 unidades construídas da Daytona. Até mais do que a conversível, que teve apenas 122 carros feitos.

Mesmo uma Daytona convencional já seria supervalorizada em um leilão. E com razão, afinal, estamos falando de um supercarro capaz de ir de zero a 100 km/h em menos de 6 segundos e alcançar 278 km/h. Em 1968, tais números a transformaram no carro de rua mais rápido do mundo, nem mesmo a sucessora 365 GT4 BB (Berlinetta Boxer) conseguiu bater a Daytona. Olha que os dados oficiais dizem respeito ao cupê feito de aço, o modelo de alumínio certamente pesa bem menos que os 1.280 kg da 365 GTB4 original.A Daytona encanta mesmo parada. A carroceria de 4,42 metros dedica a maior parte do comprimento ao compartimento do motor, a cabine recuada é uma das marcas do modelo. O espaço era mais do que necessário, o motor V12 4.4 Colombo era enorme em comprimento, embora nem tão alto graças ao uso de cárter seco. A potência máxima de 352 cv vinha à 7.500 rpm e o torque de 44 kgfm a 5.500 rpm já despertava desde cedo. A sonoridade é digna de uma ópera.

O equilíbrio dinâmico era garantido graças ao peso distribuído quase igualmente, 52% para a dianteira e 48% para a traseira. Nisso ajudava a transmissão manual de cinco marchas, instalada na traseira (transeixo), onde também estava o tanque de combustível de 120 litros (!), que não deveria demorar a ser sugado pelos seis carburadores. Dê uma olhada no imagem cortada transversalmente (cutaway) logo abaixo e aproveite para apreciar a modernidade do projeto, com suspensões independentes de duplos braços triangulares e freios a disco nas quatro pontas.

Saído da linha de montagem em junho de 1969, o chassi de número 12653 é a 30ª 365 GTB/4 a ser construída e a carroceria foi moldada artesanalmente pela Scaglietti. A cor externa é o clássico vermelho Rosso Chiaro, enquanto o interior é em couro preto (Nero). Em setembro daquele ano, o cupê foi vendido para Luciano Conti, o fundador da revista Autosprint e amigo do peito de Enzo Ferrari.

A amizade não contou tanto, um ano depois ela foi vendida novamente para o senhor Guido Maran, de Verona. A Daytona parecia batata quente, provavelmente cobiçada demais para ficar em uma garagem por muito tempo. Um mês depois já estava sob a tutela de outro dono, Carlo Ferruzzi, de Ravenna.

Bem documentada, a exportação para o Japão aconteceu em 1971. O cupê foi capa da revista japonesa Car Graphic em janeiro do ano seguinte. O senhor Goro Guwa, de Gifu, ficou com o carro entre 1975 e 1979, quando o revendeu para o compatriota Tateo Ito, de Nagoya. Em 1980, ela foi comprada por Makoto Takai, proprietário que a escondeu por 37 anos. Poucos colecionadores sabiam da existência do raríssimo exemplar, que foi colocado à venda somente neste ano.

O estado geral é descrito como barn-find, como se o carro tivesse sido encontrado abandonado em um celeiro por muito tempo - o que não deixa de ter uma ponta de verdade. Por mais que algumas peças precisem ser substituídas, um simples banho deixaria a Daytona bem mais apresentável, mas tiraria parte da graça do ensaio fotográfico.

A Ferrari está equipada com os faróis fixos recobertos de Pexiglas, que deram lugar em 1971 aos faróis retráteis para atender aos requisitos da legislação americana. Há ar-condicionado, daqueles não embutidos, além de vidros elétricos - nada funcionando, pelo visto. A avaliação do perito Marcel Massini em junho confirmou que todos os números batem, do chassi ao motor. É algo que valoriza ainda mais o cupê, ainda mais diante da quilometragem contida de 36.390 km rodados.Alguns podem achar o valor muito elevado para o estado do esportivo, contudo, a tendência é que essa Daytona única se valorize muito após alguns anos. Tal como aconteceu com o raro Mercedes-Benz 300 SL "asa de gaivota" feito em alumínio. Enquanto os cupês convencionais eram vendidos por cerca de US$ 1 milhão, um SL do tipo chegou a alcançar US$ 4,6 milhões em um leilão em 2012, mais de R$ 14 milhões. Olha que foram feitos 29 300 SL com o material mais leve. Fonte: Auto Esporte

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